Sem coincidências apenas mera semelhança
- Vicente Loureiro

- 17 de nov.
- 2 min de leitura

Se o critério de comparação fosse o de população residente, os quatro maiores Complexos de Favelas do Rio (Maré, Rocina, Rio das Pedras e Alemão) seriam, segundo o censo de 2022 do IBGE, tão povoados quanto as cidades de Resende, Três Rios, Rio Bonito e Valença, do interior Fluminense, respectivamente abrigando pouco mais de 300 mil habitantes. Havendo entre eles porém, muito mais diferenças do que esta mera coincidência.
A primeira distinção significativa refere-se a área urbana ocupada pelas quatro cidades e as favelas. Enquanto a dos Municípios equivale a 81,8 km², a dos complexos favelizados não passa de 10,2 km², quase 8 vezes maior. Ocasionando portanto densidades populacionais díspares. Variando, nas médias obtidas, de 40 habitantes por hectare nas cidades a mais de 400 habitantes por hectare nas favelas. E utilizando 20% a mais de domicílios nos municípios que nos complexos de favelas comparados.
No que diz respeito aos serviços de fornecimento de documentos de identidade, de acesso aos benefícios da Previdência Social e de promoção da Justiça talvez sejam aqueles onde as diferenças entre as cidades e as favelas sejam mais sentidas. Pois mesmo nesse Complexos de Favelas, os maiores segundo o Censo, eles sequer chegam a estar disponíveis. Inexplicável.
Há muito a ser feito para que em tais Complexos de favelas, os quantitativos e a qualidade dos serviços públicos estejam disponíveis como já estão nas cidades que abrigam quantidade de população semelhante a deles. Retomar esses territórios, como muito se tem anunciado, passa por esse pré-requisito: o de equipará-los às cidades semelhantes a eles. Pelo menos naquelas políticas públicas essenciais a uma vida digna e com perspectivas de prosperidade.

.png)
.png)



Comentários